As Conseqüências Devastadoras da Substituição
do Arranjo Governamental de Deus na Igreja
por um Sistema Secular de Control
Este artigo faz referência a recentes tentativas empreendidas por certos irmãos dissidentes para alterar o governo ordenado por Deus nas igrejas locais sob seus cuidados. Ao fazerem isso, estão correndo um grande risco de transformar aquelas congregações de igrejas locais em seitas locais. Pela manipulação de estatutos que existem como parte da condição legal de uma igreja local como associação sem fins lucrativos, os irmãos dissidentes estão buscando aumentar seus poderes como diretores da associação, para incluir a autoridade de comandar os assuntos da igreja. Em Toronto, Canadá, esse plano foi levado a cabo com êxito. Oferecemos este livrete com a esperança de que as igrejas sob essa influência dissidente sejam preservadas para desfrutar de paz no governo divino debaixo de Cristo como a Cabeça e debaixo de Suas autoridades representativas adequadas.
Introdução
Por meio do ministério dos irmãos Watchman Nee e Witness Lee, o Senhor restaurou plenamente o entendimento adequado tanto do aspecto universal quanto do aspecto local da igreja. Em seu aspecto universal, a igreja é uma e é um Corpo vivo para a expressão plena de Cristo, a Cabeça (Mt 16:18; Ef 1:22-23). No seu aspecto local, a igreja existe em muitas cidades como igrejas locais para ser a expressão prática do Corpo universal de Cristo sobre a terra (Mt 18:17; 1Co 12:27; Ap 1:11). Nessa dupla posição, a igreja tem tanto um aspecto orgânico essencial para sua existência como o Corpo de Cristo, quanto um aspecto organizacional administrativo para manter sua ordem apropriada no governo divino.
Infelizmente, a ordem administrativa em algumas igrejas locais hoje está em perigo de ser corrompida por determinados irmãos dissidentes que alegam necessitar de autoridade mais claramente definida para guardar suas igrejas de influências externas. Na realidade, eles estão consolidando seu poder nas igrejas. Para alcançarem seu objetivo, os irmãos dissidentes estão recorrendo a estatutos que existem como parte da posição legal de uma igreja como uma associação sem fins lucrativos. Manipulando esses estatutos, os irmãos dissidentes estão, de forma agressiva, fazendo manipulações a fim de aumentar seus poderes como diretores da associação para criar uma nova e não bíblica classe de presbíteros-diretores que estão acima dos outros presbíteros em suas igrejas. Se forem implementadas com êxito, essas mudanças alterarão a natureza celestial e o governo divino das igrejas afetadas, tornando-as seitas divisivas sob a direção de uma hierarquia fabricada pelo homem. Lamentavelmente, isso já ocorreu em Toronto, Canadá.
De Igreja Local para Seita Local: O Efeito de Abandonar o Governo Ordenado por Deus
O governo numa igreja local é levado a cabo por Cristo a Cabeça por intermédio dos presbíteros, que são designados pelos apóstolos conforme sua maturidade em vida (At 14:23; Tt 1:5). Os presbíteros funcionam como supervisores para ensinar e pastorear o rebanho de Deus e para administrar os assuntos financeiros da igreja (1Tm 3:2; 5:17; At 11:29-30; 1Tm 3:3). O irmão Lee escreve:
A revelação do Novo Testamento mostra-nos que o governo da igreja é muito simples e prático: todo o governo de uma igreja é confiado aos presbíteros. Eles são o governo na igreja. Segundo sua estatura espiritual, os presbíteros são aqueles que são maduros e mais idosos. Conforme os assuntos que administram, eles são os supervisores, função esta que fala de governo e administração. (The Elders' Management of the Church, p. 17)
Alterar esse arranjo administrativo ordenado por Deus numa igreja local irá inevitavelmente devastar o governo divino naquela igreja, irá transformar aquela igreja local numa seita local, e irá ofender o encabeçamento de Cristo ali. O irmão Watchman Nee viu o perigo inerente que há na adoção de instituições e decretos extrabíblicos numa igreja local e alertou contra isso:
A Bíblia já decretou de forma clara todas as instituições da igreja. Não devemos nunca ter nenhum decreto, quer sejam credos, constituições, regulamentos, cartas oficiais ou ordenanças fora da Bíblia, não importando quão bíblicos possam parecer. Caso contrário, imediatamente nós nos tornaremos uma seita. Podemos ser uma seita mais bíblica ou mais cheia de conhecimento que outras, mas ainda assim seremos uma seita. Devemos unicamente ter uma Bíblia aberta para os homens seguirem. Se instituirmos algo fora da Bíblia, não importa quão bíblico possa parecer, estaremos fazendo que outros a desprezem e voltem sua atenção para as ordenanças instituídas. Dessa maneira, aqueles que são "do nosso grupo" deverão seguir os ensinamentos dessas ordenanças para se reunir. Evidentemente, se alguém vir alguma ordenança que seja contrária à Bíblia, irá rejeitá-la. É claro que devemos ensinar aos outros os ensinamentos da Bíblia. Mas, se alguém seguir esses ensinamentos, está seguindo a palavra do Senhor, e não nenhum tipo de autoridade em nossa palavra. Se instituirmos algo, nossa instituição se tornará o padrão de nossa fé. Isso significa que estaremos estabelecendo outro padrão de fé além da Bíblia, não importando quão bíblico possa parecer esse padrão. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 7, pp. 1116-1117)
Os dissidentes estão fazendo um concentrado esforço para mudar a administração adequada em suas igrejas, ampliando o âmbito do que é permitido no Novo Testamento. Buscando elevar o ofício secular de diretor da associação acima do ofício bíblico de presbítero da igreja, os dissidentes estão propondo exatamente o tipo de instituição extrabíblica sobre a qual nos alertou o irmão Nee. Se os santos naquelas igrejas votarem por aprovar as emendas propostas aos estatutos, isso tornará possível essa mudança; então, o que se irá produzir será uma organização não bíblica e hierárquica que anulará o encabeçamento de Cristo e destruirá a situação apropriada daquela igreja local.
Uma Hierarquia Não Bíblica: Misturando o Governo Celestial da Igreja Local com a Administração Secular da Corporação Sem Fins Lucrativos
A igreja é uma entidade celestial existindo na esfera do governo divino, mas ela também está na terra como igrejas locais que estão sujeitas às leis dos estados ou das províncias em que se localizam. Conseqüentemente, os membros de uma igreja local podem formar uma associação a fim de ter a situação legal adequada diante do governo secular sob o qual estão. A associação sem fins lucrativos não é a igreja propriamente, mas ela existe para satisfazer os requisitos da lei secular para proteger os bens e direitos financeiros da igreja em favor de todos os seus membros. Misturar a associação secular com a igreja celestial adultera a própria igreja e a faz perder o encabeçamento do Cristo ascenso para tornar-se uma organização humana comum administrada segundo princípios mundanos de gerenciamento. Isso é trocar teocracia (governo de Deus) por governo humano e pôr em perigo a singularidade da igreja local como o testemunho de Jesus. Com efeito, isso é semelhante à antiga rejeição que Israel fez ao governo de Jeová em troca de um rei secular (1Sm 8:4-7). Nas igrejas onde tal confusão está hoje reinando, os irmãos dissidentes estão-se empenhando para consolidar seu poder, usando a associação secular e seus estatutos para ganhar influência na igreja. Isso é um erro abominável.
Para que uma associação tenha a situação legal apropriada junto ao atual governo de seu estado ou província, os diretores devem ser eleitos para atuarem como seus depositários. Em sua função de depositários, os diretores mantêm os bens e direitos patrimoniais (ex., contas de negócios, propriedades etc.) da associação em custódia. Seu papel é o de custódia, não de gerenciamento. Do ponto de vista do governo secular, os diretores de uma associação sem fins lucrativos existem para proteger os interesses das partes associadas interessadas. Numa igreja local, as partes associadas interessadas são os santos. Os diretores da associação estão, portanto, na posição de servir os santos e satisfazer os requisitos legais mínimos do governo secular no estado ou na província onde a igreja tem domicílio. Os diretores não levam a cabo a administração espiritual da igreja celestial; a responsabilidade pela administração da igreja repousa sobre os presbíteros. Normalmente numa igreja local os presbíteros servirão de diretores da associação, mas os dois ofícios servem a dois objetivos distintos e não devem afetar um ao outro. Se um irmão servir como presbítero e como diretor, cumpre-lhe não usar sua posição como diretor da associação para exercer influência sobre os assuntos espirituais da igreja. Os irmãos dissidentes desconsideraram essa distinção e estão colocando suas igrejas locais em posição de perigo imediato.
"A Igreja dos Torontianos": Um Caso Relevante
Os irmãos dissidentes que assumiram o controle da "Igreja dos Torontianos" fixaram-se numa posição inquestionável como diretores recém-definidos da associação. Contudo, suas ações de substituir o governo ordenado por Deus na igreja têm convertido sua posição para a de uma seita. Seus novos estatutos, que foram aprovados após eles terem retirado sub-repticiamente qualquer chance possível de interrompê-los, efetivamente codificam um sistema de erro (Ef 4:14) e dão aos diretores poderes sem precedentes para governar a igreja. Esses novos estatutos atribuem aos diretores, que são escolhidos dentre os presbíteros, muito mais autoridade que a realmente requerida pela lei para a existência da associação. Esses presbíteros-diretores tornaram-se agora uma facção controladora entre os santos e foram elevados acima de seus companheiros presbíteros, tornando-se estes últimos, dessa maneira, presbíteros de "segunda-classe".
Os Novos Poderes dos Diretores
Escolher o(s) Apóstolo(s) da Igreja
A Diretoria da "Igreja dos Torontianos" assume uma autoridade não bíblica para escolher o(s) apóstolo(s) da igreja (Estatuto Número 2007-1, Artigo 10, Seção 10.2). Isso frustra o equilíbrio de autoridade apresentado no Novo Testamento redefinindo o ofício de apóstolo. O ofício de apóstolo é o único ofício da igreja universal (Ef 4:11-12; Rm 1:5). O ministério dos apóstolos é universal, para todas as igrejas; não é para igrejas locais específicas, excluindo outras. Os apóstolos também têm autoridade dada por Deus para designar e remover presbíteros nas igrejas locais (At 14:23; Tt 1:5; 1Tm 5:19), indicando assim que os presbíteros estão abaixo dos apóstolos. Aumentando o poder da Diretoria para escolher o(s) apóstolo(s), esse novo estatuto sujeita os apóstolos aos diretores e limita o ministério dos apóstolos a apenas aquelas igrejas que escolherem reconhecê-los. Isso viola claramente os princípios estabelecidos no Novo Testamento. O irmão Lee escreve:
O governo da igreja é muito simples. Os apóstolos saem e pregam o evangelho para estabelecer as igrejas. Então, escolhem os crentes mais amadurecidos, designando-os como presbíteros, para pastorearem e cuidarem de uma igreja local. Os presbíteros devem cuidar das igrejas segundo o ensinamento dos apóstolos. Por serem todas as igrejas estabelecidas pelos apóstolos, e por serem os presbíteros escolhidos e designados pelos apóstolos em diferentes localidades, ao cuidarem das igrejas todos os presbíteros devem tomar a palavra dos apóstolos. (The Conclusion of the New Testament, p. 2169)
O fato de uma igreja escolher seu(s) próprio(s) apóstolo(s) significa que ela estabelece um relacionamento exclusivo com ele(s). O Novo Testamento proíbe tal favoritismo, porque ele divide o Corpo de Cristo (1Co 1:12-13).
Subjugar os Presbíteros
Sob o recém-adotado estatuto, a Diretoria ocupa o nível mais elevado na hierarquia e tem o poder de ratificar (ou, implicitamente, de não ratificar) as decisões tomadas pelos presbíteros (Artigo 5, Seção 5.10). Os presbíteros-diretores mais poderosos têm também autoridade para "suspender" um presbítero de modo irrecorrível e por um lapso de tempo determinado exclusivamente pela vontade da Diretoria (Artigo 9, Seção 9.10). Sob esse sistema, os presbíteros ficam subordinados à Diretoria, negando assim o testemunho bíblico de que os presbíteros estão sujeitos aos apóstolos (1Tm 5:19-20; At 14:23; Tt 1:5).
Controlar os Santos
A Diretoria da "Igreja dos Torontianos" declara autoridade sem precedentes sobre os santos. Sua justificativa publicamente anunciada para essas alterações é que eles precisam de novos poderes para proteger adequadamente a igreja de influência externa. Os seguintes poderes foram conferidos aos diretores pela aprovação dos estatutos:
- A Diretoria pode suspender um membro "sem prévio aviso" e "sem direito a recurso". A duração da suspensão será "por um período que a DIRETORIA, a seu exclusivo juízo, determinar" (Artigo 9, Seção 9.10).
- Os diretores têm autoridade para afastar qualquer um que não concordar com eles (Artigo 4, Seção 4.13, Subseções 3-6) e para impor medidas disciplinares a título de efeito adicional (Artigo 13, Seção 13.5). Um membro sob disciplina concorda em renunciar a todos os direitos pelo período de tempo em que a medida disciplinar estiver vigorando (Artigo 13, Seção 13.5, Subseção 4).
- Como qualificação para tornar-se membro, um candidato deve convencer os presbíteros e a Diretoria de que ele não tem sido contencioso e divisivo (Artigo 4, Seção 4.1, Subseção 11). Os estatutos não definem o termo "contencioso", mas pode-se razoavelmente presumir que a pessoa "contenciosa" é a que não estiver de acordo com os diretores e não acatar suas orientações.
- A Diretoria pode mudar os requisitos para a seleção de membros "de tempos em tempos" à medida que julgar "apropriado" (Artigo 4, Seção 4.1, Subseção 12). Esse poder proporciona à Diretoria um meio de incluir membros favoráveis a ela e de excluir os que não apóiem suas iniciativas. Os estatutos permitem ainda que qualquer membro seja excluído das reuniões da "Igreja dos Torontianos" (Artigo 13, Seção 13.4, Subseção 8e). Isso novamente contradiz a exortação bíblica de acolher todos os crentes (Rm 15:7). A única base para não acolher um crente nas reuniões da igreja é que ele seja divisivo (Rm 16:17; Tt 3:10), esteja envolvido com idolatria (1Jo 5:21; 1Co 8:4-7) ou pecado grosseiro (5:9-11; 6:9-10), ou negue a encarnação de Cristo (2Jo 7-11).
- Para ser um membro com direito a voto, a pessoa deve concordar em submeter-se à autoridade e disciplina dos diretores e presbíteros (Artigo 13, Seções 4 e 5). A submissão "à autoridade e aos procedimentos disciplinares e aos princípios da igreja" é uma das atribuições dos membros (Artigo 4, Seção 4.6, Subseção 7, e Seção 4.8, Subseção 5).
- Os diretores aprovam os candidatos a serem membros que votam (Artigo 4, Seção 4.4). Além disso, a fim de aumentar o apoio aos seus planos, os diretores podem acrescentar mais dez votos, atribuindo a outros dez santos uma condição de membros votantes honorários por até três anos (4.9).
- A Diretoria monitora as contribuições financeiras dos santos, verificando suas ofertas por meio de "recibos de doações à igreja" (Artigo 4, Seção 4.1, Subseção 9; Seção 4.6, Subseção 6; Seção 4.8, Subseção 3). Uma pessoa não pode ser admitida como um membro votante, a menos que se verifiquem suas doações à igreja. Isso viola a palavra do próprio Senhor em Mateus 6:1-4. Ao comentar sobre o versículo dois dessa porção, onde o Senhor recomenda aos discípulos não tocarem trombeta quando ofertarem, recebendo glória dos homens, o irmão Lee declara: "Por essa razão, nas igrejas não guardamos os registros das ofertas dos santos." Como sendo o povo do reino, "o princípio é não ofertar com intenção de fazer uma exibição ou de receber glória do homem. Antes, façamos tudo em secreto na presença do nosso Pai celestial" (Estudo-Vida de Mateus, p. 259).
- Os diretores determinam quais serviços podem legitimar alguém como membro votante (Artigo 4, Seção 4.1, Subseção 8). O serviço de um santo ao Senhor feito de modo oculto, tal como orar, apascentar os santos, preparar as refeições etc., parece não ser considerado suficiente para dar direito a ser membro.
- Os diretores decidem quais reuniões de casa ou distrito contam como reuniões legítimas para dar direito a ser membro (Artigo 4, Seção 4.1, Subseção 7). Para ser aprovado como membro votante, espera-se que alguém "tenha freqüentado regularmente indicadas reuniões da igreja, nos últimos três anos (Hb 10:25), onde se define a expressão 'freqüentado regularmente' como sendo pelo menos uma vez por mês numa reunião no Dia do Senhor, no local de reuniões ou no lugar considerado equivalente pela DIRETORIA." Aparentemente, uma reunião feita num lugar que a Diretoria não considere equivalente ao local de reuniões não é considerada uma reunião genuína, embora o próprio Senhor considere qualquer ajuntamento de dois ou três em Seu nome como sendo uma reunião em que Ele está presente (Mt 18:20).
Proteger Seus Interesses
Os diretores só podem ser afastados por dois terços dos votos dos membros votantes qualificados "numa assembléia anual ou outra assembléia geral" (Artigo 5, Seção 5.6). Uma assembléia geral especial, contudo, somente pode ser convocada pela Diretoria (Artigo 8, Seção 8.2).
Abandonar a Teocracia pela Democracia
Os novos estatutos introduzem o princípio democrático de governar pelo voto majoritário e, assim, desconsidera o encabeçamento de Cristo na teocracia da igreja. Se os presbíteros forem incapazes de alcançar uma decisão por consenso, o assunto é, então, levado à votação (Artigo 1, Seção 1.1, Subseção 12). A votação, contudo, não tem Deus como sua fonte. O irmão Nee é instrutivo aqui:
Todas as igrejas devem ter a mesma prática com relação a determinados assuntos. Todavia, o padrão de nossa conduta não é segundo a aprovação da maioria, mas segundo a decisão dos irmãos em unidade. Unidade e unanimidade são as palavras do Espírito Santo, ao passo que o consenso da maioria tem origem no homem. (The Collected Works of Watchman Nee, vol. 22, p. 67)
O irmão Lee também identifica a falácia de tomar o caminho democrático na igreja:
O princípio é que, ao resolver questões administrativas, você não deve nunca introduzir o caminho da democracia, onde cada um discute e expressa sua opinião, e onde finalmente a opinião da maioria é acolhida e a decisão é tomada. Essa é a maneira mundana, e é diferente do ensinamento e do exemplo na Bíblia. Por um lado, você não deve ser autocrático; não deve tomar a liderança por si mesmo sozinho, com tudo determinado e decidido por você e cumprido por você. Isso é igualmente sem base bíblica. O princípio de administração na Bíblia tem a ver com o Espírito Santo na Igreja. (The Elders' Management of the Church, pp. 231-232)
O sistema de votação introduz a carne do homem e corta a autoridade do Espírito Santo. Portanto, nunca podemos adotar o sistema de votação. Por outro lado, a Bíblia também não permite que um irmão líder tome decisões por si mesmo. Na Bíblia, não há autocracia; há somente a reunião dos que são experimentados, espirituais e mais idosos. (The Elders' Management of the Church, p. 234)
Rejeitando a revelação bíblica da apropriada administração e desconsiderando a comunhão dada pelos irmãos Nee e Lee segundo essa revelação, os irmãos dissidentes em Toronto formaram uma seita, usando a associação e seus estatutos para produzir um sistema não bíblico de governo da igreja. Eles trocaram o governo de Deus por um reino fabricado por eles mesmos.
Conclusão
Uma típica reunião da "associação" de uma igreja local é uma coisa pacífica. As reuniões acontecem geralmente uma vez por ano, como exigido pela lei, e freqüentemente são no Dia do Senhor. Para cumprir as exigências do governo do estado ou da província, uma quantidade mínima de membros votantes deve estar presente para realizar as atividades. A reunião é supervisionada pelos diretores. Se um diretor está preparado para reeleição, ele pode ser reeleito como se espera por votos dos membros qualificados. Itens diversificados, tais como atualizações dos estatutos, também são postos aos membros para votação quando necessário. (Nesses casos, a prática da votação é permissível, a fim de cumprir com a responsabilidade da associação diante do governo secular; o voto aqui não afeta a administração da igreja como entidade espiritual.) Um relatório financeiro é fornecido ao tesoureiro da associação para concluir a assembléia. As minutas registradas pelo secretário servem de ata da condução dos assuntos. A atmosfera é sempre agradável, e há respeito mútuo entre os diretores e os membros, enquanto funcionam juntos para fielmente cumprirem suas responsabilidades como componentes da associação.
Os recentes acontecimentos em Toronto não tiveram nada de pacífico. Os diretores decidiram conduzir uma assembléia prévia para terem seus estatutos aprovados no interesse da consolidação do poder deles. Num esforço para justificar a convocação de uma reunião prévia, um rancoroso documento intitulado "Por que Ter uma Assembléia Prévia em Toronto?" foi distribuído aos santos. O escritor daquele documento denomina os santos que concordaram com a quarentena de Titus Chu e de determinados cooperadores com o rótulo "os 77 santos alinhados com o LSM", retratando-os, desse modo, como forasteiros em Toronto. Muitos dos santos e dois dos presbíteros protestaram contra a assembléia prévia, devido aos temores de que os diretores-presbíteros dissidentes estivessem tentando fortalecer seu domínio sobre a igreja. Os diretores dissidentes ignoraram aqueles protestos e insistiram em prosseguir com sua programação. Os santos que protestaram contra o plano dos diretores foram forçados a buscar a intervenção da corte para manter a tradicional data de meio do verão para a assembléia. A petição deles foi negada, porque a corte considerou a disputa como sendo de natureza religiosa, e a assembléia ocorreu na data anterior proposta pelos diretores. Naquela reunião, os estatutos foram ratificados pelo voto dos santos somente após os requisitos para se tornar membro votante terem sido ilegalmente redefinidos pelos diretores a fim de preencher as listas de votação com os que os apoiavam. Essa ação completou a tomada de poder da "Igreja dos Torontianos" pelos irmãos dissidentes. Aquele grupo é agora uma seita divisiva não mais se reunindo como uma genuína igreja local na restauração do Senhor.
Os santos que se recusaram a permanecer com a divisão desligaram-se então da seita divisiva dos dissidentes e estão-se reunindo como a igreja em Toronto. Sua posição foi confirmada pelo Corpo, e a igreja em Toronto começou novamente a desfrutar a mesa do Senhor numa atmosfera de alegria e paz, com muitos santos visitantes, em 15 de abril de 2007. Louvamos o Senhor por Sua misericórdia!
Está claro que outras genuínas igrejas locais no leste do Canadá e no meio-oeste dos Estados Unidos estão em perigo de serem semelhantemente abusadas. Oramos para que o Senhor fortaleça os santos naquelas igrejas, para se posicionarem pela unidade do Corpo de Cristo e para rejeitarem as maquinações de quaisquer irmãos ambiciosos que se levantem para usurpar deles sua herança na restauração do Senhor.
[Tony Espinosa com Bill Buntain e Dan Sady]